quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A AURORA DE UMA NOVA MONARQUIA

Quando Dom João de Castro escreveu no século XVI “A Aurora da Quinta Monarquia”, Portugal encontrava-se sob domínio estrangeiro; ora hoje experimenta-se na nossa Pátria uma situação semelhante. Retrocedemos a essa época de perdas, com liberdades a esfumar-se, com a desordem a instalar-se e a Soberania alienada ao ávido usurário estrangeiro.Vivemos como predestinou, na parte final do pensamento, o sábio contemporâneo Pierre Mendès France: “O abandono de uma democracia pode assumir duas formas: o recurso a uma ditadura interna, entregando todo o poder a um homem providencial, ou a delegação de tais poderes a uma autoridade externa, que, em nome da técnica, exerce realmente o poder político”.
Assim, “perda de soberania” tornaram-se palavras usadas demasiadas vezes! Excessivamente para um País com quase 900 anos de História e que nunca se deixou submeter ao jugo estrangeiro – mesmo quando perdeu a independência, não viu a hora de voltar ao curso normal da gesta de Portugal.
Desta forma o Regresso da Monarquia, é o melhor caminho, o único, não só para aqueles que nasceram e viveram sempre na esperança da nossa Monarquia Natural, mas como para todos os Portugueses. O regime de Monarquia é o único que funciona, ainda, como símbolo de estabilidade, união e continuidade, independentemente das mudanças na política partidária.
Mas, num período das mais trágicas desilusões, acontece um sinal de Esperança: a Aurora da Nova Monarquia. As filas de monárquicos e de simpatizantes avolumam-se, além dos que não o sendo já começam a perceber as vantagens que poderiam advir com um tal regímen: a Monarquia com Democracia de mérito.
O retorno ao sistema de governo Monárquico é sem dúvida a única solução para que se cumpra finalmente Portugal; ou como escreveu Agostinho da Silva de forma bem-aventurada: «Vai ter de se abrir a hora de Portugal se cumprir inteiro, de ser o duplo cavaleiro do místico e do Real.»

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CERIMÓNIA DE INAUGURAÇÃO DA CÂMARA DE BRAGANÇA COM A PRESENÇA DE S.A.R., DOM DUARTE DE BRAGANÇA

Dom Duarte de Bragança, que seria o Rei de Portugal caso não tivesse havido a revolução do 5 de Outubro de 1910, esteve em Bragança para participar na inauguração da nova sede da autarquia. E esteve à conversa com o Mensageiro, onde deu algumas receitas para o momento de crise que o pais atravessa.
Mensageiro de Bragança: Esteve presente na inauguração do novo edifício da Câmara de Bragança. O que lhe pareceu?
Dom Duarte de Bragança: Achei, de facto, uma homenagem muito merecida ao Sr. Presidente [Jorge Nunes]. É uma pessoa esforçada, que conseguiu governar bem o concelho.
MB.: O que lhe parecem as últimas propostas do Governo?
DDB.: O Estado gasta 80 por cento do seu orçamento com os funcionários públicos. Certamente não serão necessários tantos. Não faz sentido andarmos nesta fantasia de que os lugares são todos inamovíveis, que todos os direitos adquiridos são inamovíveis. Não é possível.
MB.: Como vê a situação atual do país? Há alguma solução?
DDB.: Acho que há muitas soluções, mas é preciso ter coragem e ajudar quem quer produzir riqueza, quem quer trabalhar, e não encorajar a preguiça, o desperdício e a desonestidade. Dez por cento da riqueza portuguesa foi perdida para a corrupção nos últimos 30 anos. O dinheiro foi muito mal investido e permitiu o enriquecimento ilícito. Veja lá, estádios de futebol, Centro Cultural de Belém, pontes e viadutos por todo o lado. Andámos a viver de uma forma totalmente disparatada e agora temos de fazer dieta.
MB.: Como vê a situação do interior transmontano?
DDB.: O Estado sempre tem favorecido as zonas do litoral, onde há mais votos. Devia abrir serviços do Estado no Interior. Se os funcionários não quisessem vir, então não há lugar para eles. Quem quer o lugar, vem. A própria indústria encorajada pelo Estado devia ser sempre no Interior. Dois terços dos hospitais públicos construídos nos últimos anos foram equipados com cerâmicas importadas. Todo o nosso modelo de desenvolvimento foi errado. Gastámos o que não devíamos onde não devíamos.
(Entrevista completa disponível para assinantes)
Mensageiro de Bragança, 28 de Outubro de 2013

XV FEIRA INTERNACIONAL DO CAVALO LUSITANO

Caracterizada pela fertilidade de suas terras, pela abundância de pastos e pela beleza de suas paisagens marcadamente rurais, a Golegã mantém a arquitectura tradicional Portuguesa. Segundo vários autores, a Vila da Golegã teve origem no tempo de D. Afonso Henriques ou de D. Sancho I, quando uma mulher natural da Galiza e que residia em Santarém veio estabelecer-se com uma estalagem neste local. Que a Golegã já existia no século XV, parece não haver dúvidas, bem como depois de se haver estabelecido nela a dita Galega, ter passado a denominar-se Venda da Galega, Póvoa da Galega, Vila da Galega e mais tarde por corrupção de linguagem, "Golegã".
Em 1571, tem início a actual Feira de São Martinho da Golegã, hoje também Feira Nacional do Cavalo e Feira Internacional do Cavalo Lusitano. A partir de 1833, e com o apoio dado pelo Marquês de Pombal, a feira começou a tomar um importante cariz competitivo, realizando-se concursos hípicos e diversas competições de raças. Os melhores criadores de cavalos concentravam-se então na Golegã. Em meados do século XVIII, teve o seu começo a Feira da Golegã, chamada até 1972 Feira de São Martinho, data a partir da qual passou a denominar-se Feira Nacional do Cavalo. É a Feira Nacional do Cavalo a mais importante e mais castiça de todas as feiras que no seu género se realizam em Portugal e no mundo. Aqui apresentam-se todos os criadores, com os seus belos exemplares, razão pela qual se transaccionam na Golegã os melhores puro-sangue criados no País, que são vendidos para vários pontos do globo, sendo o mais importante evento nacional Equestre e o maior entreposto comercial do Puro Sangue Lusitano, reconhecido mundialmente.
(...)

HISTÓRIA DO CAVALO LUSITANO

Montado há já cerca de 5000 anos, o mais antigo cavalo de sela do Mundo chega ao limiar do século XXI reconquistando o esplendor de há dois mil anos, quando Gregos e Romanos o reconheceram como melhor cavalo de sela da antiguidade. Cavalo de “sangue quente” como o Puro Sangue Inglês e o Puro Sangue Árabe, o Puro Sangue Lusitano é o produto de uma selecção de milhares de anos, o que lhe garante uma “empatia” com o cavaleiro superior a qualquer raça moderna. Seleccionado como cavalo de caça e de combate ao longo dos séculos, é um cavalo versátil, cuja docilidade, agilidade e coragem, lhe permitem hoje competir em quase todas as modalidades no moderno desporto equestre, confrontando-se com os melhores especialistas.
O Puro Sangue Lusitano, é procurado como montada de desporto e de lazer, e como reprodutor pelas suas raras qualidades de carácter e antiguidade genética. A sua raridade resulta de um pequeníssimo efectivo de cerca de 5000 éguas reprodutoras. Em Portugal, berço da raça, estão apenas em reprodução cerca de 2500 éguas, no Brasil 1200, em França 600, distribuindo-se as restantes pelo México, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Itália, Canadá e Estados Unidos da América. Hoje o efectivo da Raça Lusitana está em crescimento, sobretudo na Europa, onde há uma extraordinária progressão em quantidade e qualidade.
A qualidade geral da produção tem aumentado muito, e tudo leva a crer que se venham a estabelecer novas linhas dentro da Raça, contribuindo para o seu progresso e assegurando a sua variabilidade genética. No séc. XXI, o Puro Sangue Lusitano continua a ser o cavalo por excelência para a Arte Equestre e para o Toureio. Mas para além de ser o cavalo que dá maior prazer montar, continuará a surpreender pela sua natural aptidão para os Obstáculos, para o Ensino, Equitação de Trabalho e Atrelagem de Competição, duas disciplinas em que já foi Campeão do Mundo.   A institucionalização oficial do Stud-Book da Raça Lusitana, em 1967, foi um passo decisivo, ao condicionar a admissão de reprodutores, dando origem a um generalizado e criterioso trabalho de selecção.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA DEBATE OS PROBLEMAS DA CAPITAL

Iniciado um novo ciclo autárquico, é altura de lembrar o muito que ainda há a fazer em Lisboa. Contamos com a participação e a opinião de todos.

domingo, 27 de outubro de 2013

S.A.R., DOM DUARTE PIO DE BRAGANÇA EM TIMOR-LESTE PARA ANALISAR PERSPECTIVAS DE COLABORAÇÃO


Díli, 24 Out (Lusa) - O Herdeiro da Casa Real Portuguesa, Dom Duarte Pio de Bragança, disse hoje à agência Lusa que está em Timor-Leste a visitar amigos e a analisar as perspectivas de progresso, nomeadamente no sector do turismo e agrícola.
Dom Duarte Pio de Bragança chegou na quarta-feira a Díli, mas só hoje iniciou uma visita que termina na próxima segunda-feira, com um encontro com o Presidente timorense, Taur Matan Ruak.
"Primeiro vim rever os amigos, ver a situação e quais são as perspetivas de progresso para as quais eu possa eventualmente conseguir pessoas que possam colaborar", afirmou à agência Lusa, depois de um encontro com o chefe da diplomacia timorense, José Luís Guterres.
Segundo Dom Duarte Pio de Bragança, em Timor-Leste "há dois campos que interessam muito".
"Um é favorecer o turismo aproveitando um pouco a força turística de Bali, para trazer alguns turistas cá e gostava muito de poder colaborar com a população rural para introduzir algumas culturas, ver o que se está a fazer e ver em que campo se pode fazer uma cooperação", afirmou, acrescentando que está a registar uma fundação em Díli para desenvolver aquela cooperação.
Dom Duarte Pio de Bragança recebeu o ano passado, durante uma cerimónia no parlamento de Timor-Leste, a nacionalidade timorense.
"Fiz esta viagem toda com o meu passaporte timorense e acho piada que alguns alfandegários olham para mim com um ar muito espantado", disse à Lusa.
MSE // MLL - Lusa
Página Global, 24 de Outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

A 3ª REPÚBLICA COLOCOU PORTUGAL NA BANCAROTA


À entrada do Clube Militar somos recebidos por Luíz de Oliveira Dias, representante de Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, em Macau. «O Senhor Dom Duarte ainda não chegou, mas está quase a chegar», avisa de pronto. De facto, poucos minutos depois, chega o pretendente à Coroa Portuguesa, que logo se mostra disponível para a entrevista previamente marcada, com a condição de não «roubarmos» muito tempo ao convidado de honra do jantar que naquela agremiação irá ter lugar. Estão inscritas 61 pessoas, a maioria simpatizantes da causa monárquica. Por mais de uma ocasião tentamos iniciar a curta entrevista, mas a enorme e legítima vontade dos presentes em cumprimentarem e trocarem algumas palavras com «o rei» faz atrasar um pouco a conversa, que começa em «media res», pois que antes de ligarmos o gravador já Dom Duarte nos disse o que veio fazer a Macau e o porquê, de seguida, voltar a Timor, país do qual é cidadão nacional desde o ano passado.
O CLARIM  Senhor Dom Duarte, trago à lapela as armas do antigo Leal Senado de Macau. Tem a conhecida inscrição «Não há outra mais leal» – menção ao facto de Macau nunca ter reconhecido a Dinastia dos Filipes. Sente que a Comunidade Portuguesa continua leal a Portugal e até, de certa forma, à Casa Real Portuguesa?
DOM DUARTE PIO – Vejo em todas as famílias macaenses uma ligação muito profunda a Portugal e em muitas delas uma forte ligação à Casa Real. Infelizmente muitas famílias macaenses abandonaram a cidade; foram para o Canadá e para outros países e lugares. O papel das famílias macaenses e dos portugueses em Macau pode ser fundamental para tornar mais profícua as ligações de amizade entre Portugal e a China, nomeadamente no campo económico.
CL  Disse há pouco que está em Macau para participar na MIF, a convite de um grupo de empresários...
D. D.P. – Vim a convite da Associação de Jovens Empresários Portugal-China...
CL  Até porque a Casa Real pode, à sua maneira, contribuir para o incremento das relações económicas entre Portugal e o resto do mundo!?
D. D.P. – Em primeiro lugar é importante as pessoas pensarem por que estão em crise. Deve-se muito ao próprio sistema republicano de chefia de Estado, em que os presidentes estão ligados ao sistema partidário e têm muita dificuldade em fazer aquilo que os reis costumam fazer na Europa: quando vêem que um Governo está a disparatar, vão tentando exercer influência para o levar para o bom caminho, fazendo ver os problemas. Quando perguntaram à Rainha da Dinamarca para que servia a rainha, respondeu que serve para proteger o povo dos maus Governos. Efectivamente é esse o papel dos reis na Europa – para além de dar bons exemplos, exercer uma boa influência sobre os países, servir de unidade nacional, etc. Veja, por exemplo, como os ingleses, os dinamarqueses e os suecos comemoram os acontecimentos reais. Nos 60 anos do Rei da Suécia havia um milhão de pessoas no largo em frente ao palácio real a festejar.
CL  Que balanço faz dos 103 anos da República Portuguesa?
D. D.P. – Os primeiros dezasseis anos da República foram de uma violência incrível – muitas mortes, perseguições a toda a gente que não estava ao lado do Partido Republicano, uma grande perseguição à Igreja e aos católicos, igrejas roubadas, casas paroquiais roubadas. A 2ª República, que durou quarenta e tal anos, recuperou a economia, recuperou a dignidade nacional, mas não foi capaz de criar um sistema político viável. O sistema político estabelecido pelo professor Salazar não era viável no mundo de hoje e mesmo já naquela época. Ao contrário de Franco, que organizou o regresso da Monarquia, Salazar nunca se decidiu. Depois, a 2ª revolução republicana foi desastrosa. As pessoas ainda acham que merece fazer um feriado no 25 de Abril e, no entanto, quais foram as consequências!? Centenas de milhares de mortos em África – em Timor então foram 200 mil mortos, – a economia portuguesa recuou dez anos e, provavelmente, a questão de Macau não foi bem resolvida. Estou até convencido que o Primeiro-Ministro Deng Xiaoping tinha uma outra alternativa de transição muito mais interessante. A 3ª República, ao fim destes anos, gastou todo o dinheiro que recebeu e colocou outra vez o País na bancarrota. Três Repúblicas que falharam. As pessoas deviam começar a pensar se não será culpa do sistema republicano.
CL  Qual a solução?
D. D.P. – O Estado tem de ser mais económico. Não se pode gastar 50 por cento dos recursos nacionais, nem se pode gastar 80 por cento do Orçamento do Estado para pagar a funcionários públicos. Tem de se criar um sistema em que o Estado seja baratinho a manter, e que as empresas portuguesas e as pessoas que trabalham possam receber aquilo que merecem e possam ser competitivas a nível internacional. E depois da economia estabilizada ver o que está por pagar. Não é possível continuar nesta situação absurda em que temos vivido.
CL  Macau, Timor e outras antigas possessões ultramarinas podem também ser parte da solução...
D. D.P. – Os livros de História e a política oficial da República Popular da China misturam a presença portuguesa com o colonialismo inglês e outras formas de colonialismo. É importante Macau lembrar aos governantes da China que não tem nada a ver uma coisa com outra. Portugal foi o único país europeu que não fez guerra à China; sempre recusou participar em acções violentas e agressões contra a China em que entraram outros países europeus, incluindo os alemães e os austríacos. A política portuguesa foi sempre pouco clara, no sentido de salvar a face da China e não comprometer a posição portuguesa. O Imperador da China considerava Portugal um país vassalo e o Rei de Portugal considerava o Imperador da China um irmão em pé de igualdade. Este convívio profícuo e vantajoso durou 500 anos.

JOSÉ MIGUEL ENCARNAÇÃO 
Alteza Real,
Para estas dezenas de portugueses que trabalham aqui na China – em Macau – as visitas de Vossa Alteza Real são, acima de tudo, uma confirmação da esperança. Da esperança no futuro da nossa Pátria e, agora sobretudo, da recuperação da crise que nos vai devastando, causada pela inépcia e a desonestidade de muitos dos políticos que sucessivamente nos têm desgraçado. É que Vossa Alteza Real representa e personifica os valores da nossa História que, ao longo dos oito séculos que os Reis nos governaram, fizeram a nossa grandeza e o nosso prestígio internacional. E que apenas cem anos de República bastaram para nos hipotecarem a soberania, a independência e a respeitabilidade internacional. Culpa dos homens? Sem dúvida, mas, sobretudo, culpa do Regime.
Meu senhor, os príncipes são educados para servir, como Vossa Alteza Real um dia disse. Por isso aqui está hoje, sempre servindo Portugal e a afirmar-nos que podemos sempre contar com Vossa Alteza e toda a Família Real. É nesse mesmo espírito com que lhe dizemos pode contar também com a nossa fidelidade.
Agradecer-lhe a alegria que nos deu agora, peço a todos me acompanhem num brinde pelas felicidades de Vossa Alteza e para que volte bem e volte depressa.
Viva o Rei!

LUIZ DE OLIVEIRA DIAS 
Representante de D. Duarte Pio, Duque de Bragança, em Macau.
Fonte: O Clarim

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

62º ANIVERSÁRIO DA MORTE DE S.M., A RAINHA DONA AMÉLIA DE BRAGANÇA


No dia 25 de Outubro de 1951, a Rainha Dona Amélia morreu em sua residência em Versalhes, aos oitenta e seis anos. Tinha sido atingida por um fatal ataque de uremia, morrendo às 9h e 35min da manhã. O corpo da Rainha foi então trasladado pela fragata Bartolomeu Dias para junto do marido e dos filhos, no Panteão Real dos Bragança, na Igreja de São Vicente de Fora . Esse foi o seu último desejo na hora de sua morte. O funeral teve honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa.

Esta frase estava entre as suas últimas palavras:
"Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal."

DUQUE DE BRAGANÇA RECEBIDO NO CLUBE MILITAR

Sessenta e um brindaram a El-Rei
O CHEFE da Casa Real Portuguesa, Dom Duarte Pio, foi ontem convidado de honra para um jantar organizado por simpatizantes da causa monárquica, no Clube Militar.
Sessenta e uma pessoas de vários quadrantes da sociedade juntaram-se ao Duque de Bragança, pretendente à Coroa Portuguesa, tendo trocado impressões sobre Macau, Portugal, China e Timor-Leste. Não faltaram as inevitáveis comparações entre os regimes monárquico e republicano, no momento em que Portugal atravessa uma das piores crises social, económica e financeira desde a Implantação da República.
Durante o jantar, Luíz de Oliveira Dias, representante de Dom Duarte Pio em Macau, proferiu palavras de agradecimento pela presença de «Sua Alteza», seguindo-se o tradicional brinde por El-Rei.
O Duque de Bragança retribuiu o gesto, saudando os «bons amigos», a quem pediu que se dediquem a divulgar a história das relações entre Portugal e a China, sendo este – no seu entender – um importante contributo para o entendimento e reconhecimento entre ambos os povos.
Dom Duarte Pio está na RAEM a convite de empresários portugueses, no âmbito da Feira Internacional de Macau. Na passada quarta-feira almoçou com o cônsul-geral de Portugal em Macau, Vítor Sereno, estando agendada para amanhã uma recepção no Clube Lusitano de Hong Kong.
Dentro de dias parte para Timor-Leste a convite do bispo de Baucau, onde tem vindo a desenvolver um projecto agrícola.
J.M.E.
Fonte: Jornal O Clarim

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

ENTREVISTA À TDM (MACAU) DE DOM DUARTE DE BRAGANÇA EM 22-10-2013

Entrevista a a S.A.R., Dom Duarte de Bragança à Teledifusão de Macau S.A.na sua última visita a Macau ocorrida entre os dias 15 a 20 de Outubro de 2013 durante a sua estadia àquele país de visita à Feira Internacional de Macau.

55º ANIVERSÁRIO DA MORTE DE PIO XII

S.A.R. o Duque de Bragança na Basílica de São Pedro, no Vaticano, orando junto ao túmulo do Papa Pio XII, seu Padrinho de baptismo, por ocasião do 55.º aniversário de sua morte (9 de Outubro de 2013).
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.607854542587313.1073741830.201826573190114&type=1

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

AINDA SE PODE EVITAR A DITADURA QUE CHEGA

Aqui tenho dito e repetido vezes sem conta: Portugal tem uma solução alternativa clara ao regime que nos trouxe à humilhação, à fome e à insignificância; Portugal tem os meios de que necessita para regressar de cabeça erguida ao concerto das nações; não precisamos de teorizar nem de think tanks do rotundo intelectualismo; nada há a pensar fora das coordenadas daquelas que foram, desde sempre, as constantes e linhas de acção e sentimento da nação portuguesa. Para quem, minimamente habilitado e experiente na análise histórica, se atrever perder o medo, a resposta é muito simples, tão simples que surge como uma evidência: monarquia. 

Persistem uns quantos retardatários em pedir calma e paciência, contando com uma menos que provável recuperação do sonho Europeu, sonho que não passa disso: ilusão. A Europa tábua-de-salvação, a Europa maná e cornucópia, essa morreu há dois ou três anos. De agora em diante, vingança das nações, será cada um por si. A fórmula europeia já não se discute, pois a Europa contra as nações, descerebrada, envergonhada de si, a que perdeu o orgulho e se refugiou na reforma dourada da velhice cobarde - pronta a tudo ceder e mutilar-se a vergonhosos extremos de humilhação - essa acabará dentro de dois ou três anos. Ou não viram, meus caros amigos, como cheios de cautelas, nos estão já a preparar para o triunfo de Marine Le Pen em França, para o triunfo das direitas nacionalistas nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, para a mais que certa saída do Reino Unido da União, a tal que de união só leva o nome ?

Ainda há tempo. Ao ler a clarividente entrevista de SAR o Senhor Duarte a um jornal de Macau, no decurso de uma viagem que está a realizar pelo Extremo-Oriente - fazendo o que os nossos pobres diplomatas não sabem, não querem nem podem fazer - só me posso perguntar:


- Por que raio mantêm os donos do país o espesso manto da censura, a sistemática desinformação, o escamoteamento da evidência em torno da questão de uma mudança de regime que tornasse possível garantir a liberdade, sabendo que ao fatídico e já irreversível colapso desta III República sucederá uma ditadura?

REAL ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA A EUROP ORGANIZOU CONFERÊNCIA SOBRE O REI DOM CARLOS

Luso Jornal de 17 de Outubro de 2013
Fonte: Real Associação da Beira Litoral

domingo, 20 de outubro de 2013

EM PORTUGAL NÃO SUSTENTAMOS UM REI, SUSTENTAMOS QUATRO



A Juventude Monárquica Portuguesa (JMP) considera «inadmissível» a existência na proposta de Orçamento do Estado para 2014 de uma excepção para os ex-Presidentes da República relativa aos cortes nas subvenções vitalícias e de sobrevivência.

«É inadmissível que os ex-presidentes da República Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes sejam poupados do esforço coletivo para salvar o país, sendo o argumento da dignidade de Estado inaplicável, uma vez que os referidos cidadãos têm outros meios de subsistência», refere a JMP em comunicado assinado pela direção e citado pela Lusa.

A proposta de OE para 2014, apresentada na terça-feira, prevê cortes nas prevê a suspensão das subvenções vitalícias de antigos titulares políticos que possuam um rendimento mensal superior a dois mil euros ou tenham um património mobiliário superior a 240 vezes o indexante dos apoios sociais.

Contudo, o documento prevê como «única excepção» as subvenções prescritas na Lei 26/84 (sucessivamente actualizada em diplomas mais recentes), relativas «ex-titulares do cargo de Presidente da República».

«A ex-Chefes de Estado exige-se um comportamento permanente de serviço à Pátria. Nesse sentido, não deveria ser tão pouco necessário pensar em suspensão forçada das pensões, mas sim em voluntária. Recordamos a postura do nosso rei Dom Carlos I, que sentindo as necessidades da Pátria abdicou de 20 % da dotação à Casa Real», observam.

«Em Portugal não sustentamos um rei, sustentamos quatro», ironizam.
Fonte: tvi24

sábado, 19 de outubro de 2013

BERÇO DO PRÍNCIPE REAL RESTAURADO - DOM CARLOS 150 ANOS


"Dom Carlos 150 Anos"
 O berço do Príncipe Real restaurado pela equipa do Instituto de Conservação e Restauro.

CELEBRAÇÕES SOBRE OS 150 ANOS DO NASCIMENTO DO PRÍNCIPE REAL DOM CARLOS NO PALÁCIO DA AJUDA


O Palácio Nacional da Ajuda iniciou no dia 17 de Outubro as celebrações dos 150 anos do nascimento do Príncipe Real Dom Carlos com várias actividades, nomeadamente com a exposição ao público, no percurso museológico, de 150 peças que remetem para a infância e juventude de D. Carlos. 
As peças estarão expostas até dia 31 de Dezembro.
No mesmo dia 17 de Outubro, pelas 18h30, realizou-se uma conferência pelo historiador Prof. Doutor Rui Ramos intitulada O que não sabemos sobre D. Carlos.
No dia 14 de Novembro, pelas 18h30, uma conferência sobre a acção de conservação e restauro de um Berço de Dom Carlos (o que está apresentado ao público) pela equipa do Laboratório José de Figueiredo. 


Contactos:
Comunicação e Divulgação 
PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA 
Largo da Ajuda 1349-021 Lisboa 
T. 213 637 095 213 620 264 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

ENTREVISTA | DUQUE DE BRAGANÇA: "O ESTADO PORTUGUÊS, EM GERAL, SÓ ATRAPALHA"

Chamado de “Rei sem reino” pelo diário espanhol El Pais, Dom Duarte Pio não fica à espera do trono que não chega e empenha-se em causas pessoais e projectos profissionais. Em entrevista ao HM, acusa o Governo português de não facilitar o investimento externo e diz que Macau ainda poderia ser de Portugal, se a República “tivesse sabido manter a política”

Esteve na MIF. Do que viu, que comentário faz à presença das empresas portuguesas? 
Esta participação portuguesa é muito interessante. Macau tem a vocação de ser uma porta para as empresas lusófonas entrarem na China. Hoje em dia, uma empresa europeia, e portuguesa, tem a obrigação de tentar entrar no mercado chinês, mas tem de ver como o vai fazer. E para isso nada melhor do que os luso-chineses, como é o caso das famílias macaenses. Estou convencido que as empresas portuguesas têm de fazer parcerias com profissionais experientes de Macau para não fazerem fracas figuras. E também para não serem enganados, porque há vários casos de empresas que investiram na China e que perderam o rumo.

A que nível?
Desde ficarem com as tecnologias, capacidades produtivas. Até ficarem com a propriedade da própria empresa. E como a justiça ainda é muito politizada… as empresas portuguesas que se aventuraram na China sem terem especialistas locais saíram-se mal.

Há uma estratégia consolidada por parte do Governo para dar esse apoio?
O Estado Português tem sido sempre o maior obstáculo para os portugueses irem mais longe. Temos uma burocracia excessiva, em pessoas e métodos de trabalho, demoram muito tempo a dar as licenças. Espero que este Governo tenha uma atitude diferente do anterior e que consiga dar à economia portuguesa a competitividade que o Estado tem dificultado. É verdade que há empresas competitivas, com inovações tecnológicas interessantes, mas o Estado, em geral, só atrapalha. Mesmo as delegações oficiais no estrangeiro têm um papel ingrato, porque quando um estrangeiro quer saber o que encomendar em Portugal, os representantes têm muita dificuldade em dizer o que é bom e o que não presta. E também há empresas com coisas boas e com um mau serviço. Era preciso que as empresas de cada sector se unissem e tentassem trabalhar em conjunto. Neste caso [da MIF] começou a fazer-se. Porque estas empresas vêm em comum, trabalham em conjunto. Antes só tínhamos a Agência de Investimento e Comércio Externo (AICEP), que tem feito muito bem, mas também tem pessoas que muitas vezes não falam bem a língua do país e que são pouco motivadas.

Que expectativas ou anseios é que os empresários lhe transmitiram?
Há uma coisa que acontece há muitos anos, e que ninguém percebe, é o facto de Espanha exportar toda a carne suína e lacticínios para a China e Portugal não. A nossa carne até tem uma qualidade superior, e isso tem sido incompetência dos nossos governantes. Tenho aconselhado as empresas a irem para as províncias do interior da China, que são mercados enormes e onde há muito menos competição do que nesta zona litoral. Quem vem fazer negócios aqui devia preparar-se bem.

Falou da burocracia do Estado. De que forma é que as casas reais europeias podem ajudar a dinamização dos países a este nível?
Os países com reis e rainhas fazem sempre a diplomacia económica. Por exemplo, o príncipe Felipe de Espanha vai à América do Sul e faz um sucesso enorme. Uma posição completamente diferente da minha, pois temos um sistema republicano, e em principio é só o Presidente da República. Nem a mulher do presidente tem um cargo oficial. Mas é uma mais valia importante. Um dos países mais pequenos do mundo, o Mónaco, quando chega o príncipe Alberto (a um lugar) faz um sucesso, todos querem ouvir a sua opinião. Se for a filha do Presidente da República, ninguém liga nenhuma (risos).

Nesse sentido, Cavaco Silva tem desempenhado um bom papel?
Tem, tem, completamente. Tem usado muito do prestigio do cargo e do seu trabalho, e tem sido útil.

Vítor Sereno foi recentemente nomeado representante de Portugal no Fórum Macau. Foi uma boa escolha? 
Parece uma pessoa inteligente e dinâmica, e estou convencido de que vai fazer um óptimo trabalho. Ser apenas cônsul-geral, apenas para resolver alguns problemas… como delegado económico tem mais iniciativa.


“GOVERNO PORTUGUÊS GASTOU O DINHEIRO DA UE”

A sua estadia em Macau prolonga-se até Timor-Leste, onde vai participar num projecto do cariz agrícola.
O parlamento timorense deu-me a grande alegria de, no ano passado, dar-me a nacionalidade, de modo que agora tenho de acelerar a minha cooperação com Timor. O projecto é ajudar a dinamizar a agricultura rural e estabelecer uma cooperação com a Fundação Bambu, e pô-la a trabalhar com a tecnologia de Angola, aproveitando os contactos da Fundação Dom Manuel II, da qual sou presidente.

Essa Fundação pode vir a desenvolver projectos em Macau?
Podia ser. Mas o que acontece é que a Lei das Rendas em Portugal torna a rentabilidade dos edifícios muito baixa. E o capital da fundação são edifícios, que rendem pouco. Não temos muito capital disponível. Mas fazemos sobretudos projectos agrícolas, onde não é possível investir muito. Fazemos os estudos e procuramos entidades que possam financiar a sua aplicação. Macau tem uma situação diferente, com mais desenvolvimento do que muitos outros países da CPLP.

Ainda sobre Timor. Qual o rumo que deve tomar em prol do desenvolvimento?
O Governo timorense tem sido extremamente prudente e evitado cair na armadilha em que a maioria dos países cai, que é: quando têm dinheiro, gastam-no. Infelizmente os governos portugueses fizeram isso com o dinheiro da União Europeia (UE). Gastaram-no em coisas que não produzem riqueza: auto-estradas, Expo’s, tudo quanto é obras de luxo. A nossa Administração Pública em Portugal gasta 80% do orçamento para pagar aos funcionários e as suas reformas. E 50% da riqueza produzida é para pagar o Estado. Timor tem evitado cair nessa armadilha: só usa rendimentos do fundo soberano, financiado pelo petróleo e gás. Por isso o país tem-se desenvolvido devagar, evitando o desequilíbrio na sociedade. É um erro fazer um grande desenvolvimento das cidades e deixar a população rural com uma grande ambição de viver nas cidades. Isso seria fatal. Mas é interessante que do ponto de vista educativo, Timor está bastante bem, tem muita gente qualificada, e devia favorecer a implementação de negócios lá.


“O REI, NA EUROPA, DEVE DAR O EXEMPLO”

Se fosse Monarca neste momento, quais seriam as suas ideias políticas para Portugal?
Nas monarquias europeias o rei é Chefe de Estado mas não governa. O Rei, na Europa, deve dar o exemplo, encorajar o que é feito de bom no país. E discretamente, sem atrapalhar publicamente o Governo, avisar dos desvios que são feitos. Normalmente, os reis no mundo têm um conhecimento muito mais amplo das realidades do país e das políticas. As pessoas têm lealdade para com o seu rei, a mesma que não têm para com um político. Os políticos, por melhores que sejam, têm um objectivo óbvio, que é serem reeleitos. Os que não são sérios querem enriquecer. Ora um rei não precisa de enriquecer, porque já tem mais que suficiente, e também não precisa de votos. Quanto muito, tem de enfrentar um referendo. Felizmente ainda só houve um na Austrália, em que a rainha ganhou.

Poderia haver um resultado semelhante em Portugal?
A última sondagem deu que 40% dos portugueses dizem que não são republicanos. O que são, não dizem, podem ser anarquistas (risos). Se um dia houvesse um referendo acho que tinha possibilidade de ganhar.

A crise económica levou os portugueses a pensar que a Monarquia pode ser uma solução?
Enquanto as pessoas estavam tranquilas, com o seu salariozinho… porque em Portugal trabalham-se 11 meses e ganham-se 14, uma coisa que deixa os estrangeiros muito admirados, sobretudo os americanos, o problema não se levantava muito. Mas agora que todos acham que estão mal, é altura de se estudarem medidas e ver em que medida é que o sistema republicano não tem uma grave responsabilidade. Porque esta já é a segunda falência republicana. A primeira foi em 1926, que levou à ditadura militar e ao Governo de Salazar. E agora a terceira República chegou também à falência. Mas teve a possibilidade de pedir emprestado, à malfadada Troika. Se não fosse a Troika a socorrer-nos o Estado não conseguia sequer pagar os salários da Função Pública.


“A NOSSA ADMINISTRAÇÃO TEVE DEFEITOS”

Como vê a Macau de hoje?
A nossa Administração teve defeitos, mas é importante lembrar o que foi feito de bom.

Como por exemplo?
Ficou uma memória histórica de dois povos que souberam cooperar em beneficio mútuo durante 500 anos. Um dos grandes papéis que Macau pode desempenhar é ajudar os chineses percebam as ligações de amizade entre os dois povos. Estou convencido que se tivesse havido mais diplomacia da nossa parte provavelmente tinha-se podido continuar ainda muito tempo no estado de território chinês sob Administração Portuguesa. Mas a nossa República não foi capaz de continuar com a política.

Fala-se imenso de Macau hoje em Portugal, ao nível empresarial. A importância poderia ser maior?
É muito importante, para um português ou um europeu, chegar aqui e encontrar instituições ocidentais, leis claras e fáceis de perceber.

Há pouco falava da forma como o património local é retratado na imprensa em Portugal. Ainda há um grande desconhecimento por Macau?
95% dos portugueses nunca veio a Macau. Mas os portugueses ganhariam muito em vir mais cá, ficar uns dias aqui, é uma revelação, uma grande alegria cultural que um português tem ao chegar aqui. Conseguir chegar aos bairros históricos é um efeito fantástico. Podia haver mais turismo português aqui.


OS ERROS DOS JUÍZES NO CASO ANGOLA

Foram conhecidas as medidas preliminares para o Orçamento de Estado de 2014 em Portugal. Que análise faz?
Os impostos são um erro económico tremendo, sobretudo ao incidirem sobre a produção. Sobre o consumo, é maçador mas não tem efeitos graves. Mas tudo o que venha a encarecer a nossa produtividade é altamente prejudicial, porque ficamos menos competitivos no estrangeiro. Mas por causa das intervenções, que acho totalmente disparatadas e fora de contexto, do Tribunal Constitucional, as economias que o Estado deveria fazer não puderam ser feitas. E como 80% do orçamento é para a Função Pública, e o Estado gasta 50% da riqueza, para haver uma diminuição dos gastos do Estado não há outro caminho a fazer.

Não há, de facto?
Gostava que o doutor Seguro, do Partido Socialista, dissesse claramente qual é a alternativa que propõe. Há que renegociar a dívida: a quem devemos ir não quer renegociar. E adianta o quê? Pagamos mais anos e mais juros. Diminuir os custos do Estado: mas onde? O Estado habituou-se a ser uma imensa máquina para dar tachos e empregos a pessoas que, muitas delas, não se sabia o que faziam.

Muito facilitismo e interesses?
Conheço muitos altos funcionários que simplesmente não fazem nada. Outros que estão de baixa há anos e recebem o seu vencimento. Outros que estão deprimidos por não fazerem nada e por se sentirem inúteis ficam doentes por causa disso. Estamos num Estado que nasceu de uma matriz Marxista – a ideia dos comunistas era que o Estado dava emprego a toda a gente e não havia desemprego. O Estado português aplicou esse conceito mas paga mais do que a nossa produtividade permite.

José Eduardo dos Santos, presidente angolano, recuou nas relações estratégicas com Portugal. Que comentário faz?
É mais uma vez os juízes portugueses a quererem viver no mundo ideal e desligados da realidade. Processar políticos por eventuais crimes que não prejudicaram nada Portugal, quando muito prejudicaram foram os próprios políticos, não faz sentido. Um juiz português deve defender os portugueses, e estão preocupados com questões que os angolanos é que têm de resolver. Por causa dessa vontade exibicionista de prestígio, dada pelos juízes, acabaram por criar um enorme problema político para Portugal, e económico sobretudo. E isso é uma falta de inteligência muito grande. Dizem “não se pode criticar a justiça”. Não sei porquê. Tenho um enorme problema com a justiça, porque tenho os meus bens embargados há cinco anos por causa de um indivíduo desonesto que apresentou uma queixa contra mim e o tribunal aceitou e disse que, em caso de dúvida, embargava tudo.

Foi o que acabou por acontecer.
Tenho os meus bens embargados por uma questão de ninharia.

Os bens são da Casa Real Portuguesa?
São meus, pessoais. Os bens que eram da Casa Real, da minha família, foram nacionalizados pelo Governo do doutor Salazar que os transformou na Fundação Casa de Bragança. O que tenho foi alguma coisa que sobrou e o que ganhei por mim próprio. É pouca coisa, mas é o que tenho. E se o Estado português fica com os meus bens, depois de já ter ficado com o resto que era da família, acho muito disparatado e injusto. Além disso, todas as missões que tenho feito ao estrangeiro, ao serviço do Estado português, foram inteiramente pagas por mim, com o apoio de algumas embaixadas. Mas é estratégico e não financeiro. Nunca recebi nenhum pagamento do Estado português. Só recebi o meu vencimento de piloto da Força Aérea (risos).

Mas considera que deveria receber?
Não. Em algumas missões mais complexas, talvez. Mas sempre achei preferível que não se colocasse a hipótese. Dá-me uma liberdade muito maior.

Fala muito com o seu filho, Infante Dom Afonso (Herdeiro) sobre as questões da actualidade?
Falamos todos, ao jantar, nos fins-de-semana. Eles interessam-se e discutem. Tanto a Isabel (Herédia) como eu tentamos que eles saibam a verdade das coisas para além das mentiras oficiais contadas nos jornais, que são recados políticos. Espero que eles trabalhem sempre em equipa e que se ajudem uns aos outros. Profissionalmente, as grandes paixões do Afonso são as ciências do ambiente e biologia. Também se interessa por filosofia.
Fonte: hojemacau

DUQUE DE BRAGANÇA ATRIBUI CRISE À "IRRESPONSABILIDADE" E "DESONESTIDADE" DOS POLÍTICOS

"Aumentar as receitas só com os impostos e eles matam a economia produtiva", observou, defendendo cortes na função pública, que representa "80 % das despesas do Orçamento do Estado"
O Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, afirmou hoje, em Macau, que a crise portuguesa tem como causas a "ignorância, a irresponsabilidade e a desonestidade" de alguns políticos e defendeu a necessidade de a população gastar menos.
"Eu acho que a crise portuguesa tem duas causas: a ignorância e a irresponsabilidade, para não dizer também uma certa dose de desonestidadejornal i, da parte de alguns políticos que se foram habituando a ter lucros que não deviam ter", disse Dom Duarte Pio em declarações aos jornalistas à margem da Feira Internacional de Macau, que visitou a convite da Associação de Jovens Empresários Portugal-China.
Ao constatar que "qualquer dona de casa sabe que não é sustentável gastar mais do que o que se ganha", o duque de Bragança previa que "mais cedo ou mais tarde" o despesismo do Governo "tinha que se pagar" e lamentou que tenha sido "preciso o Governo anterior estar numa situação praticamente de falência para chamar a ‘troika'".
"Acho que se tivesse tido alguma influência como Rei ou político nos anos anteriores, a minha voz teria sido mais ouvida, quando durante tantos anos fui alertando contra as despesas não reprodutivas que os governos portugueses foram fazendo", apontou, referindo nomeadamente "as autoestradas, a Expo, o Centro Cultural de Belém".
O pretendente ao trono de Portugal lembrou ainda "a fraude do BPN", defendendo que os seus responsáveis "deviam estar na prisão" e lamentou que o "Governo Sócrates tenha salvado da falência um banco que devia ter ido à falência e que é um dos maiores buracos financeiros que há em Portugal".
"Isto não é admissível que o contribuinte tenha de pagar as aventuras e a desonestidade de algumas pessoas", sublinhou.
Quanto ao Orçamento do Estado para 2014, apresentado esta semana, Dom Duarte Pio considera que é "o possível, ninguém gosta dele, mas quando não há dinheiro tem de se fazer aquilo que se pode: ou se cortam as despesas do Estado ou se aumentam as receitas".
"Aumentar as receitas só com os impostos e eles matam a economia produtiva", observou, defendendo cortes na função pública, que representa "80 % das despesas do Orçamento do Estado".
Para o Duque de Bragança, "ou se diminui o número de funcionários - e aí há o problema do desemprego e dos subsídios de desemprego - ou se diminuem, de algum modo, os custos do funcionalismo público, não há muita alternativa, aliás, não há mesmo alternativa nenhuma, porque o resto das despesas que o Estado tem de cortar são 20% do Orçamento".
A situação que o país enfrenta é atribuída ainda pelo Duque de Bragança ao sistema republicano, apontando que "os presidentes da República, por mais sérios e dedicados que sejam, têm estado sempre comprometidos com os partidos, sendo, por isso, muito difícil intervir e corrigir os desvios dos próprios partidos".
"Se a República Portuguesa tivesse como chefe de Estado um Rei tinha mais independência, mais liberdade para poder, de algum modo, ajudar a controlar os desvios que os governos possam ter, que é o caso da Escandinávia, Reino Unido, Espanha, Austrália e Nova Zelândia", acrescentou.
Dom Duarte Pio defende a necessidade de o "Estado dar o grande exemplo de poupança e de encorajamento da iniciativa privada", que lamenta que seja "ainda muito vítima da burocracia", apesar de se congratular com a criação dos vistos dourados para "facilitar o investimento estrangeiro".
"E, por outro lado, pode-se viver bem com menos, mas é preciso ajudar a população a perceber como é que se pode viver sem sacrifício gastando menos, porque muita gente habituou-se a gastar demais", concluiu.

O Duque de Bragança está em Macau para "apoiar a presença portuguesa" na Feira Internacional e para "rever amigos, monárquicos e republicanos, portugueses e macaenses", num jantar que hoje teve lugar no Clube Militar. No sábado, revê outros amigos num almoço no Clube Lusitano de Hong Kong.
Fonte: jornal i