terça-feira, 30 de agosto de 2011

HÁ ELITES EM PORTUGAL?

Se por elite entendermos um grupo que pela inteligência, capacidade de realização e liderança se impõe naturalmente aos demais; então, olhando para a sociedade portuguesa, chegamos à conclusão que tal elite jamais existiu. O clero foi sempre fraco, a aristocracia muito pouco nobre, a alta burocracia/ nobreza togada avessa à selecção pelo mérito, a universidade provinciana e triste, os militares uns fulanos sem pingo de testa. Depois, abaixo, o povo, o povinho e o povão. Não, em Portugal nunca houve elite, mas houve líderanças fortes: líderes militares, líderes religiosos, líderes artísticos, líderes políticos. O grande vazio da sociedade portuguesa é esse: não há autoridade e, assim, as não-elites (povo, povinho, povão) ocupam os lugares, brincam às elites mas não sabem mandar, confundem tudo e inventam abstrações que desculpam a incompetência e, sobretudo, a incapacidade de se fazerem obedecer.
Portugal precisa, urgentemente, de gente que saiba ordenar e o povo português precisa de um banho Maria de autoridade. Sem isso, a coisa continuará como está, ingovernável.

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