quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

D. XIMENES BELO DISTINGUIDO PERSONALIDADE LUSÓFONA DO ANO

O Bispo D. Ximenes Belo recebeu na segunda feira, 21, o Prémio Personalidade Lusófona do Ano (2010), no decorrer de uma cerimónia que teve lugar na Academia das Ciências de Lisboa, iniciativa do MIL – Movimento Internacional Lusófono e daquela instituição. Foi o próprio Prof Dr. Adriano Moreira, vice presidente da Academia, que entregou o Prémio a D. Ximenes Belo, relevando o respeito e gratidão que sentia pelas “pessoas que lutaram em Timor, que sofreram, cada um colocando a pequena pedra com que se constrói a grande História”.
“Entre essa pessoas conta-se D. Ximenes Belo”, sublinhou Adriano Moreira, recordando a forma calorosa como o Bispo de Timor foi recebido em Lisboa, num ambiente de grande triunfo após o conflito com a Indonésia, sublinhando o facto de em Timor, a “opção pela língua portuguesa ser uma defesa da identidade”, não deixando de destacar o contributo do Bispo de Timor para se atingir esse desiderato.
Renato Epifânio, presidente da direcção do MIL, explicou os motivos que levaram a distinguir tão ilustre personalidade do mundo lusófono:”Não o fazemos por razões religiosas, já que o MIL não está ligado a nenhuma Igreja, como a nenhum partido político. Fazemo-lo porque D. Ximenes Belo é, decerto, uma das figuras que melhor personifica o próprio povo timorense – na sua resistência à ocupação indonésia e na consequente libertação”.
“Com efeito, a par da resistência armada, a Igreja timorense foi o grande esteio da resistência espiritual e cultural a essa mesma ocupação indonésia, a grande responsável por Timor-Leste ter permanecido um país lusófono (…) uma dessas vozes, porventura, a mais audível, foi, decerto, a do Bispo D. Carlos Ximenes Belo”, acrescentou o responsável do Movimento Internacional Lusófono, lembrando no seu discurso o facto de que, apesar de Portugal ter deixado o seu antigo território abandonado à sua sorte, não o defendendo devidamente face à ocupação indonésia, o povo de Timor Leste quis permanecer no espaço lusófono.” Também por isso homenageamos o Bispo de Timor e, na sua pessoa, todo o Povo Timorense”, acentuou Renato Epifânio.
Agradecendo visivelmente emocionado a homenagem, D. Ximenes Belo diz ter recebido o Prémio como “um compromisso de trabalho em prol da Lusofonia”, saudando e apoiando os esforços feitos em prol das comunidades falantes da língua portuguesa”, frisando que a “lusofonia não se esgota na língua portuguesa mas no uso desta como factor de aproximação entre os vários países da mesma comunidade”.
A Embaixadora de Timor Leste em Lisboa, Natália Carrascalão e S.A.R., Dom Duarte de Bragança, foram algumas das personalidades presentes nesta sessão que dignificou um dos princípios que levaram à criação do MIL - a defesa do reforço dos laços entre os países lusófonos, numa base de liberdade e fraternidade .Ou seja, a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, um dos sonhos de Agostinho da Silva, contando-se entre as principais propostas do Movimento, a criação de um “Passaporte Lusófono”, um Banco e um canal de TV, para além da defesa de candidaturas independentes à Assembleia da República Portuguesa, como forma de revitalização da democracia.
Lisboa, 22 de Fevereiro de 2011
Liberal Online / Real Associação do Médio Tejo

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