terça-feira, 29 de setembro de 2009

VISITA DE DOM DUARTE PIO DE BRAGANÇA AO IICT
No passado dia 25 de Agosto, S.A.R., Dom Duarte Pio de Bragança, visitou o IICT (Instituto de Investigação Científica Tropical). O Sr. Presidente, Prof. Braga de Macedo, saudou a presença do mais alto representante da Casa Real Portuguesa no IICT, organismo sucessor da Comissão de Cartografia, fundada por Dom Luís em 1883.
Depois de uma breve visita ao Palácio Burnay, houve lugar a uma apresentação powerpoint no Salão Nobre, a cargo de Teresa Albino e de Eduardo Leitão.
A apresentação deu um panorama da organização e actividades do IICT. Deu-se especial enfoque às relações do IICT com os países lusófonos membros da CPLP, tendo neste contexto se enunciando algumas das colaborações em curso com aquela organização (uma lista exaustiva encontra-se em
http://www2.iict.pt/?idc=13&idi=15114).
Referiu-se que o apoio ao desenvolvimento destes países por parte do IICT é realizado na perspectiva das Ciências Naturais (TROPOEIRAS / GEO-DES) e das Ciências Humanas (HIST / DES-HUM), seguindo a agenda dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas.
Outro aspecto em destaque na apresentação, foi o da divulgação do património histórico e científico do IICT. Esta actividade é desenvolvida pelos Centros de Actividades Interdepartamentais – AHU / JBT / KPLG e tem como meta a longo prazo, informatizar e disponibilizar on-line o património histórico e científico às comunidades lusófonas através do site do IICT e da plataforma Arquivo Científico Tropical – Digital (ACT-D).
A investigação histórica teve especial atenção neste encontro com Dom Duarte, estando presentes Miguel Jasmins Rodrigues (HIST) e Cláudia Castelo (KPLG). O primeiro referiu-se em traços gerais à obra “Futuro e História da Lusofonia Global”, obra editada e publicada pelo IICT e de que foi coordenador. Adiantou ainda a sua nova investigação: “A pequena Nobreza e a Nobreza eterna na construção do Império: os arquipélagos atlânticos”, e a particularidade de esta cruzar a reflexão histórica com o registo de informação, na medida em que as tradicionais notas de rodapé dão lugar a links que remetem para a base de dados do site do IICT.
Por sua vez Cláudia Castelo deu conta do projecto de História da Ciência que está a levar a cabo. Trata-se da recolha de memórias orais e histórias de vida dos investigadores das missões científicas aos países na altura sob administração portuguesa, ao serviço dos organismos antecessores do IICT.
S.A.R., Dom Duarte agradeceu a apresentação e referiu estar impressionado com a vastidão de actividades do IICT. Referiu igualmente que partilhava com este instituto a ligação a África. A este propósito, Cláudia Castelo falou numa certa “nostalgia de África“, aludindo aos portugueses retornados depois da Guerra Colonial e que ainda vêem o continente africano como o seu “paraíso perdido”, tema abordado na sua tese de Doutoramento.
É em África, mas sem esquecer Timor, que Dom Duarte tem desenvolvido várias acções por intermédio da Fundação D. Manuel II, de que é Presidente. Mencionou de passagem algumas destas acções, como por exemplo as relacionadas com o ensino da língua portuguesa e com sustentabilidade agrícola. Mencionou em particular, um projecto de exploração de carvão vegetal na Guiné-Bissau, projecto este que deu origem a um estudo preliminar, tornando-se agora necessário averiguar a sua viabilidade para pedir financiamento a agências internacionais.
No mais, mostrou-se interessado na aquisição de cópias de gravuras de mapas da Guiné-Bissau do AHU.
O Sr. Presidente, disse que tinha todo o gosto em oferecer as cópias das gravuras e indicou o Eng. Leitão e a equipa do TROPOEIRAS para analisar a viabilidade do mencionado estudo de exploração de carvão vegetal.
De seguida, o Prof. colocou em cima da mesa uma proposta de colaboração. Na verdade, sendo D. Duarte um “arauto da lusofonia” e tendo um conhecimento das redes sociais e políticas daqueles povos, por um lado, e, por outro, tendo o IICT uma vocação de apoio aos países lusófonos e uma relação privilegiada com a CPLP, então porque não trabalhar em conjunto? A ideia seria aproveitar as potencialidades da “celebrity diplomacy” (1) de Dom Duarte e assim ajudar a resolver problemas das populações dos países lusófonos, formando um triângulo institucional entre a Fundação D. Manuel II, o IICT e a CPLP.
Por fim, o Sr. Presidente convidou os Infantes a participar num dos ateliers da Noite Europeia dos Investigadores, que acontece no próximo dia 25 de Setembro no JBT, jardim fundado em 1906, ainda nos tempos da Monarquia, sublinhou.
S.A.R., Dom Duarte aceitou este convite de imediato, mostrou-se grato na oferta das cópias dos mapas da Guiné-Bissau e relativamente à ideia de “celebrity diplomacy”, inteiramente disponível.
2009-09-19
(1) Citação do livro “Celebrity Diplomacy” (Paradigm Publishing, 2007); de Andrew F. Cooper, do Center for International Governance Innovation, subscritor da Declaração de Lisboa.

S.A.R. D. Duarte e o Prof. Braga de Macedo Apresentação do IICT
S.A.R., Dom Duarte e Engº Eduardo Leitão
Dr. M. Jasmins Rodrigues
S.A.R., Dom Duarte
Aspecto Geral da Mesa

(Clique nas imagens para ampliar)

2 comentários:

Anónimo disse...

Cara Maria Menezes,

Nunca deixa de nos dar provas irrefutáveis do interesse e do activísmo que SAR o Senhor Dom Duarte demonstra por tantos assuntos de relevância Nacional bem como internacional.
Dom Duarte é um grande motivo de orgulho tanto para a grande intituição monárquica Portuguesa, bem como para todos os Portugueses. É sem dúvida uma figura inspiradora!

Viva o Rei!

Jaime Eusebio disse...

Devo dizer que esta visita de SAR é mais uma prova de quão atento esta à importância das várias instituições científicas históricas de Portugal. O IICT representa um dos primeiros institutos do mundo que se interessou pelas questões relacionadas com a investigação tropical nomeadamente as potencialidades dos recursos vegetais nos trópicos bem como doenças associadas aos trópicos. Infelizmente a importância do IICT tem vindo a definhar sobretudo nos anos da I república, mas encontra agora maior importância sobretudo na sua relação com a comunidade lusófona. Foi fundado nos anos 80 no sec XIX e de grande modernidade para a altura! Bem haja o Senhor D Duarte por dignificar este instituto com a sua visita.